Como assim?

Mudança nos dias do projeto O que Cabe Neste Palco

Me digam que não é verdade! Não é possível transferir um projeto tão bom para dias mortos da semana. Se fosse bom por que não mantiveram o três e pronto.

Sabe o que vai acontecer o teatro vai voltar a só investir nos seus grupos que são bons mas enjoam!! Só besta vai querer participar desse projeto suicida e ainda por cima reduziram o número de grupos, por que?


Conversei com um funcionário daí e ele me disse que era para dar mais assitências aos grupos participantes, isso é mentira e vcs sabem disso, o espaço vai ser o mesmo e nada vai mudar há não ser a ausência de publico, afinal formar platéia sem oferecer convite é só para vocês.Ainda bem que o Aliança Francesa investe em novos talentos, o vila não é mais aquele perdeu-se na vaidade de seus diretores e nada do faz cultura é compartilhado com o ideal do projeto. Estou muito magoada,indignada. Sei que não vão publicar o meu desabafo, pois só faturam o que é bom, mas frequento o Vila há muito tempo ,e lamento que essa fogueira de vaidades venha acabar um projeto só por que é bom, por que dá público e algumas vezes até melhor que alguns espetaculos dirigidos por vocês,isso é puro egoísmo,inveja pois assisto a todos e público eles tem.

Xista Santos


Cara Xista,

Sabemos que é difícil agradar a todos, mas procuramos atender aos pedidos do público na medida do possível e isso inclui alterações na nossa grade de programação. Vamos tentar responder aos seus questionamentos e esperamos que isso a ajude a compreender melhor o funcionamento e o pensamento do Vila.

Primeiramente, esclarecemos que mudança de dias do O que Cabe Neste Palco se deu em virtude da nossa mudança de horário, constantemente solicitada pelo público através das pesquisas de opinião. Com a idéia de manter todos os espetáculos às 20h, ficaria impossível manter o projeto às sextas e sábados sem prejudicar as atrações do palco principal, que são mais rentáveis que as do Cabaré. Acreditamos que o teatro tem que ser rentável também, porque as pessoas pagam por aquilo que têm interesse e se ninguém se interessar por teatro, perde-se o sentido de fazê-lo, não é verdade?

Temos uma política bastante definida com relação à formação de platéia, que tem beneficiado muitas pessoas, mas talvez ainda não seja de seu conhecimento. Acreditamos que formação artística tem relação direta com conhecimento, com troca, com sensibilização e valorização da arte. Por isso, oferecemos convites em troca de poesias, textos, colagens, desenhos e pinturas no projeto Tomaladacá, voltado para grupos artísticos de comunidades de baixa renda. Temos o projeto escola, em que fazemos apresentações para alunos de escolas públicas municipais, numa parceria com a Secretaria da Educação e Cultura. E também oferecemos promoções para que as pessoas possam vir ao teatro pagando um preço bastante reduzido pelos ingressos. Em números, ano passado isso significou: 3.850 espectadores pelo Tomaladacá e 8.800 pelo projeto escola, sem contar os participantes de palestras e debates, que têm sempre entrada franca.

Por que não distribuir convites? Fazemos nossas as palavras da atriz Cacilda Becker: "Não me peça para dar a única coisa que tenho para vender"...

Com relação ao projeto 3 & Pronto, ele foi interrompido este ano justamente para que pudéssemos manter o O que Cabe Neste Palco. Contrariando o seu pensamento, optamos por suprimir um projeto encabeçado por um dos grupos residentes, a Cia. Teatro dos Novos, a fim de manter aberto o espaço para grupos e artistas emergentes e que não estão ligados ao Vila.

O que Cabe Neste Palco este ano alcançou um número recorde de inscritos. Para nós, isso demonstra que o projeto vem crescendo e que, assim como nós, mais grupos artísticos compreendem que os dias alternativos da semana não são mortos e podem ser melhor explorados. Para isso, inclusive, daremos mais tempo aos grupos para programarem seu calendário de produção - outra razão para a redução da quantidade dos apoiados. Com uma demanda menor, teremos como acompanhar mais de perto o desenvolvimento do trabalho dos grupos. Afinal, além de apresentar ao público produções inéditas, também é objetivo do projeto contribuir para a formação dos artistas selecionados. De qualquer maneira, devido ao grande número de propostas que recebemos, pretendemos alterar os planos do projeto para esse ano e pensamos em fazer uma mostra de monólogos e uma outra com artistas do interior, para poder atender a um número maior de espetáculos que consideramos interessantes.

Bem, Xista, essas são as nossas maneiras de dividir o Vila com a sociedade e outros artistas. Mesmo contentes com os resultados alcançados, nossa vontade é aumentá-los cada vez mais, dentro daquilo em que acreditamos. E só podemos ficar felizes com o fato de que outros espaços tenham suas próprias iniciativas para incentivar novos artistas e formação de platéia, pois todo mundo só tem a ganhar com isso.

Como você é uma entusiasta do O que Cabe..., lembramos que é possível que já tenhamos novos espetáculos a partir de maio. Os resultados saem agora em março e vamos divulgar no site do Vila, no Blog e no informativo.

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