COMO FOI?

de como uma célula xoxinha virou imaginação, Alice, estrela e veio constelar com a gente

Este é o relato de Jamile de Menezes Cerqueira, de como ela veio parar no Vila

Eu fui pro E ao quadrado por causa de minha irmã, que fazia teatro lá. Eu fiquei encantada! Acho que eu tinha uns 8 ou 7 anos". A história de Jamile com teatro começou assim. Foi atrás da irmã ver o que era, lá chegando tinha alguém imitando Tiririca, só de gaiatice. Jamile achou o máximo, queria imitar também, queria brincar de fazer cena. O "E ao Quadrado" é projeto múltiplo - logo, difícil de definir em poucas palavras, é teatro, é música, é... múltiplo - que trabalha com jovens e arte no subúrbio de Salvador. Mais precisamente, Alto do Cabrito. Vários dos "nossos" foram ou são "deles" também. Lá vai Jamile fazer teatro. Aí tinha esse projeto, o Tomaladacá no Teatro Vila Velha, "então Elizete ficou mantendo contato com Inácio, acho que foi Inácio, não me lembro bem que eu era pequenininha", vieram assistir uma peça. Ou foi outra coisa? "Eu era pequena! Não lembro! Sei que acabou da gente vir apresentar a peça do vírus HIV. Eu era uma célula, toda xoxinha". Ao mesmo tempo, o que acontecia no Vila? Pé-de-Guerra, de Sônia Robatto. O espetáculo seria montado com uma grande parte do elenco formada por crianças. "Então ele [Marcio Meirelles, diretor do espetáculo] resolveu ligar pra diretora, convidando os meninos pra fazer o teste. E a gente foi: eu, Flaviana, Chaiend, William e duas meninas que não ficaram porque já eram grandes. E Marcio gostou de todo mundo e ficou todo mundo. Aí eu fiz Pé-de-Guerra". Então surgiu a Companhia Novos Novos, capitaneada por Débora e com elenco só de crianças "Eu tinha 10 anos!". Montaram o premiado "Imagina Só... Aventura do Fazer". Daí Jamile foi ficando. Fez Trilhas do Vila, Mundo Novo Mundo, Auto-Retrato aos 40, Cartas Abertas, Despertar da Primavera, Alices e Camaleões... "Em Alices e Camaleões teve um fato muito marcante em minha vida. Eu cantei. E eu adoro cantar. Jarbas deixou eu cantar!". Hoje Jamile tem 16 anos. De Vila Velha e palco, já são seis anos, mais estrada que um monte de marmanjo daqui. As experiências ao longo desses anos não foram poucas. Jamile conta que operou som em Imagina Só..., desceu de rapel em Auto-Retrato, caiu, levantou, aprendeu foi coisa, perna-de-pau, malabares, berimbau... Hoje cursa terceiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Odorico Tavares. E vestibular? "Enfermagem". E é? "É. Já tenho tudo organizado". Recentemente, Jamile foi a Manchester na Inglaterra. "Foi perfeito. Foi muito bom, adoraram nossa peça, conhecemos várias pessoas, eu nunca pensei que ia me comunicar, ia ter uma relação tão boa com pessoas de lá por conta da língua. Foi massa. A comida foi horrível. A comida era horrível. Sentia muita saudade do feijão. Mas foi perfeito." Foi fazer o quê, lá? Foi com os Novos Novos estrear o quarto espetáculo da companhia, Diferentes Iguais. Depois dos ingleses é nossa vez de curtir esta nova aventura, que estréia neste sábado, 19 de agosto e permanece em cartaz até o dia 17 de setembro, no Cabaré dos Novos, sempre às 18h.

Esta é Jamile, personagem do Vila.

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