Diário de Bordo: terceiro dia de oficina com o diretor teatral Marcio Meirelles em São Tomé

Convidado pela “Cena Lusófona”, Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral, o artista conduz na África, juntamente com António Augusto Barros (diretor da associação), uma seleção de atores para a montagem de um espetáculo com estreia em Portugal. 


dia 3

no início reflexão pq da ausência de um manual escrito
teatro se escreve a cada dia em cada novo projeto
c cada novo agrupamento humano q quer fazer
e isso é claro pra mim
principalmente agora q trabalho c a UNIVERSIDADE LIVRE DE TEATRO VILA VELHA
o CURSO LIVRE DE TEATRO DA ETUFBA
preparo a encenação de ESPELHO PARA CEGOS
e faço esta oficina em s tomé
cada um um teatro
cada um um processo
a mesma base
mas como fixar um cânone
como estruturar um método
se n reescrevendo a cada dia o método
se n transgredindo e desobedecendo o planejado
passamos quase duas horas organizando os trinta toques e sons
em dois "conjuntos" sonoros de 15 toques cada
em dois objetos musicais
os ritmos se desencontravam
começavam casando um toque c outro
outro toque era acrescentado e se encaixava e iam se encaixando e de repente tudo começava a atravessar e recomeçar e encaixar e desencaixar
conseguimos montar os dois poliritmos com a ajuda de alguns facilitadores entre eles uns já tem estrada nos sons e instrumentos
depois retomar os personagens
uma longa caminhada
o início é sempre caminhar
um caminho q vai do primeiro dia até sempre
respirar
atenção
consciência da respiração
mudar
lembrar
voltar à respiração cotidiana
retomar a respiração imaginada e construída
a memória e o poder de reconstruir qdo quiser a partir de nenhum estímulo outro q n a vontade de mudar de assumir um outro estado provocado pela memória física da respiração
do ritmo e da pulsação
por fim os personagens retornam
e aceleram a respiração e o ritmo do andar
o andamento
em busca de alguma coisa q se quer muito
e por fim se chega ao lugar onde estaria o q se quer
onde aconteceria o necessário
e n sucede
n se encontra o buscado
relatar o q se buscou
e o exercício era relatar c sons 
os sons construídos até então
o som de cada um como uma digital como a identidade a fala
usar os sons produzidos como linguagem
depois substituir a linguagem dos sons por palavras
o primeiro a relatar n encontrou mais uma festa
o segundo embarcou na festa q era de crianças e q tinha q acabar cedo
e tinha bebida alcoólica
levada por mães
e as crianças sumiram
e n tenho nada a ver c isso
e um longo discurso cênico sobre a isenção de responsabilidade da sociedade em relação aos problemas coletivos
vou resolver o meu
o outro resolva o seu
na roda final a cobrança de concentração
de q se escute a proposição e se execute o proposto
teve gente q fez
teve gente q
teve gente
e o debate sobre a diversidade dos participantes
mtos c experiência estrada formação
outros iniciando
excluir ou incluir
ajudar o outro a ser tb
ou ser e ir?

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