Comissão da Verdade alimenta-se no Vila


No intervalo das Audiências Públicas da Comissão Estadual da Verdade, realizadas nesta terça-feira na reitoria da UFBA, que ouviu depoimentos de vítimas da ditadura militar, membros da Comissão reuniram-se no Teatro Vila Velha para um almoço.

Nos dois dias de Audiências, a Comissão ouviu dez vítimas de violações de direitos durante a ditadura militar, como Theodomiro Romeiro dos Santos, que entrou para a história do Brasil como o primeiro condenado à morte durante a República, além de Virgildásio de Senna, prefeito de Salvador deposto pelo golpe militar de 1964, e Eliana Rolemberg, socióloga, presa, torturada e exilada na década de 70.

“Queremos levantar tudo o que existir de verdade sobre os fatos, as torturas, as perseguições, as mortes, no período de 1964 a 1985. Mas temos também um papel importantíssimo que é o pedagógico, de informar sobre o que aconteceu de uma forma a prevenir que aconteça de novo, em qualquer área”, afirmou a advogada Vera Leonelli, integrante da Comissão da Verdade, durante o encontro no Vila.

Desde a sua inauguração, três meses após o golpe militar, em 1964, o Vila tem um forte papel na luta pela liberdade. “O Teatro Vila Velha se tornou um grande centro de encontro depois do golpe militar de 64. O próprio João Augusto [um dos fundadores do teatro], em 1968, acolheu muitos estudantes que resistiam à ditadura”, destacou a professora Dulce Aquino, integrante da Comissão da Verdade, durante o almoço.

Outros eventos importantes ligam o Teatro Vila Velha à luta pela democracia. Em 2010, o Vila foi escolhido para abrigar o julgamento do pedido de anistia política do cineasta Glauber Rocha, realizado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Em 2011, também no Teatro Vila Velha, a 53ª Caravana pela Anistia, promovida pelo Ministério da Justiça, realizou uma sessão para pedir perdão à família do ex-deputado estadual baiano pelo PCdoB e militante comunista Carlos Marighella.

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